Felipão se mandou do Palmeiras na semana passada. O Palmeiras agiu rápido e contratou o treinador Gilson Kleina, que fez um bom trabalho em Campinas com a Ponte Preta. Antes do clube campineiro, Kleina já tinha trabalhado no Fluminense. E recusou o tricolor carioca quando Muricy Ramalho saiu de lá, permanecendo na Macaca Campineira. Mas aceitou trabalhar no Palmeiras, numa situação complicada no Brasileirão. Afinal, mesmo com a vitória desse final de semana, o Verdão ainda está na zona de rebaixamento.
Complicado isso não é? Será que os leitores compreenderam? E eu fico pensando nessa dança dos treinadores no Brasileirão. A questão não é só na demissão e na contratação de treinadores, que é muito intensa, ainda mais numa profissão como essa. Situação bem curiosa, afinal os treinadores passam de heróis a vilão num piscar de olhos. Luis Felipe Scolari venceu a Copa do Brasil e saiu do Palmeiras menos de dois meses após a conquista
E eles reclamam, da falta de tempo para treinamentos, do calendário e do número excessivo de jogos, do estresse que é ser xingado e achincalhado pelos torcedores. Entretanto, os mais famosos ainda recebem por seus contratos, interrompidos unilateralmente pelos clubes, mas bem elaborados nos casos de demissões. As multas contratuais são altas, e alguns deles ficam meses, ganhando dos clubes, sem trabalhar.
É claro que a posição do treinador é de extrema responsabilidade; e em caso de insucesso, é a cabeça do técnico que é cortada em caráter prioritário. O time perde; e a culpa, em regra, é sempre do técnico. Entretanto, o futebol é um esporte coletivo, no qual onze atletas estão dentro do campo de jogo, disputando contra outros onze atletas. E por maior que seja a competição, o nível de organização, os patrocínios e o dinheiro, o futebol é um esporte, e no esporte nem sempre é possível vencer.
Logo, os times são preparados num nível de profissionalismo muito grande. Entretanto, não observo atitudes profissionais dos clubes para com seus treinadores, profissionais que são, ao contratar e demitir seus diretores técnicos. Seria sensacional se a CBF criasse uma lei, semelhante à existente para os atletas, ou seja, se um treinador trabalhasse num time por um numero de x rodadas não poderiam transferir-se para outro clube. Não sei se isso resolveria a situação, mas que a dança dos bancos terminaria, isso eu tenho toda certeza.