A cobertura da imprensa esportiva nos jogos olímpicos de Londres
Por Ivan Marconato
O telejornalismo esportivo mostrado com exclusividade pela TV Record em rede aberta, e com a presença do Grupo Globo na TV paga, com os canais Sportv, demonstrou que a emissora paulista ainda tem um longo caminho a percorrer em busca da liderança, obedecendo à risca a frase que descreve o seu slogan.
Segundo o jornalista Mauricio Stycer, do UOL, Galvão Bueno foi anunciado como atração do canal pago, mas o narrador global teve uma atuação desastrada. “A briga dele com o Renato Mauricio Prado, colunista de O Globo, e comentarista do Sportv, ofuscou o brilho de Galvão nas transmissões do canal”.
Ainda vale a pena destacar nos meios eletrônicos a gafe cometida por Ana Paula Padrão anunciando sua maior concorrente em rede nacional. Aliás, fato compreensível, que oferece vasto material para crítica ao trabalho desta importante e competente jornalista.
Já o jovem jornalista André Rizek, do Programa Redação Sportv, canal vinculado ao grupo Globo reclamou ao pouco espaço destinado ao evento pelos jornais impressos. “Sinceramente eu esperava mais repercussão nos jornais, infelizmente não houve nada que chamasse minha atenção”, disse Rizek.
O observatório da imprensa, da Rede Brasil, apresentado pelo experiente jornalista Alberto Dines divulgou que o fato que mais chamou a atenção dos jornalistas brasileiros durante a Olimpíada de Londres foi à ausência de cobrança em relação aos jogos do Rio em 2016. “O brasileiro é um torcedor nato, mas não participa muito, sempre prefere criticar a irresponsabilidade do outro”.
Além disso, o sucesso da olimpíada londrina não se resumiu ao quadro de medalhas. A participação popular e comunitária dos moradores da cidade ficou evidente em todas as fases de preparação para o evento. Os londrinos vestiram a camisa da cidade e as decisões governamentais sempre foram apoiadas pela população. “A cobertura jornalística dessa experiência olímpica deveria servir para melhorar a auto-estima brasileira, mostrando sempre nosso modelo de convivência e participação”, concluiu Dines.